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O Impacto do Otimismo no Ambiente Profissional: O Caso da MetLife e o Estilo Explicativo de Martin Seligman

Em nossa sociedade contemporânea, somos continuamente envolvidos no paradigma da busca incessante pela felicidade. Estudos acadêmicos classificando países por níveis de felicidade de seus cidadãos são publicados rotineiramente, a demanda por consultores especializados em felicidade está em constante crescimento, e as empresas privadas, cada vez mais, designam executivos para atuar como “gerentes de felicidade”.

O otimismo, uma expressão de felicidade, tem sido um foco significativo nessa busca, principalmente no ambiente profissional e corporativo. A felicidade, embora seja uma condição altamente subjetiva, está inextricavelmente associada a sentimentos de bem-estar e satisfação, muitas vezes expressa através do otimismo.

Para explorar a importância do otimismo no local de trabalho, vamos nos aprofundar em um estudo de caso particularmente revelador que envolve a MetLife, uma das maiores empresas de seguros dos Estados Unidos, e o psicólogo Martin Seligman, uma figura influente no campo da psicologia positiva.

A Importância da Psicologia Positiva

A psicologia, como disciplina científica, dedicou grande parte de sua história ao estudo do comportamento humano médio, focando de maneira ainda mais aguda em casos abaixo da média – isto é, em indivíduos que sofrem de trauma, doenças mentais ou outras formas de sofrimento. De fato, em 1998, um estudo realizado nos Estados Unidos revelou que para cada 17 pesquisas focadas em aspectos negativos, havia apenas uma focada em aspectos positivos.

Esse cenário começou a mudar com a introdução da psicologia positiva, um campo de estudo focado nos aspectos positivos da experiência humana, como felicidade, gratidão, resiliência e otimismo. Este campo foi trazido à proeminência em grande parte pelo trabalho do psicólogo Martin Seligman.

Seligman, durante seu mandato como presidente da American Psychological Association, liderou uma série de estudos inovadores sobre psicologia positiva. Um desses estudos, encomendado pela MetLife na década de 1980, ofereceu insights valiosos sobre a importância do otimismo no local de trabalho.

O Desafio da MetLife

Naquela época, a MetLife enfrentava um problema de rotatividade significativa. Um grande número de agentes de seguros contratados estava deixando a empresa dentro de um ano, levando a perdas substanciais devido aos custos associados ao treinamento e ao recrutamento. Em busca de uma solução, a MetLife recorreu a Seligman para realizar um estudo.

A Pesquisa de Seligman

A pesquisa de Seligman começou com uma análise cuidadosa dos dados de desempenho dos vendedores da MetLife. Seu objetivo era identificar quais características pessoais ou comportamentais poderiam prever o sucesso na venda de seguros.

Seligman e sua equipe desenvolveram e utilizaram um teste de “estilo explicativo”, uma medida de como as pessoas interpretam internamente as circunstâncias em suas vidas, particularmente como lidam com a rejeição e o fracasso.

Depois de analisar a performance de milhares de vendedores, Seligman descobriu que aqueles classificados como otimistas em seu teste tiveram um desempenho significativamente melhor do que os classificados como pessimistas. Em termos concretos, os vendedores otimistas venderam 37% a mais de seguros em seus primeiros dois anos do que os pessimistas. Além disso, entre os vendedores que estavam na MetLife há mais de um ano, os otimistas superaram os pessimistas em 50%.

Esses achados foram reveladores. Eles mostraram que o otimismo dos vendedores estava fortemente associado ao sucesso na venda de seguros, sugerindo que o otimismo poderia ser um componente crucial para o sucesso no local de trabalho.

As Implicações para a MetLife

Em resposta a essas descobertas, a MetLife fez uma mudança significativa em seu processo de contratação. Eles começaram a dar mais peso ao otimismo durante o processo de seleção, mais até do que aos testes tradicionais de aptidão e conhecimento. Essa mudança resultou em um aumento significativo na retenção e no desempenho de seus vendedores.

Essas descobertas não apenas beneficiaram a MetLife, mas também tiveram um impacto significativo em toda a indústria de seguros. Muitas outras empresas começaram a incorporar avaliações de otimismo em seus próprios processos de contratação, reconhecendo o valor do otimismo para o desempenho no trabalho.

O estudo de Seligman com a MetLife foi uma virada de jogo tanto para a indústria de seguros quanto para o campo da psicologia positiva. Destacou a importância do otimismo e do estilo explicativo na previsão do sucesso no trabalho e ajudou a pavimentar o caminho para a integração da psicologia positiva no local de trabalho.

Em última análise, a lição aqui é clara: o otimismo, como uma expressão de felicidade, tem um valor inestimável no local de trabalho. As empresas que reconhecem isso e incorporam a psicologia positiva em seus processos de contratação e treinamento estão mais bem posicionadas para o sucesso no ambiente de negócios altamente competitivo de hoje.


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2 thoughts on “O Impacto do Otimismo no Ambiente Profissional: O Caso da MetLife e o Estilo Explicativo de Martin Seligman”

    1. Yes, it’s possible to be optimistic most of the time. What’s not possible is to have a life without challenges

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